quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Insônia produtiva

Observando um clipe agora a pouco (sete da matina) do Gogol Bordello, me occorreu o seguinte: o punk foi o gênero que melhor contribuiu com outros ritmos - e, consequentemente, com o pop em geral. Heavy metal sinfônico? Esqueça. O rap se fundiu ao jazz e ao funk, mas nenhum dos dois precisou dele para ganhar popularidade e relevância mundiais. Ouvindo Gogol, Pogues e Mano Negra, bandas irmãs, dá para notar como a virilidade do punk trouxe para a esfera pop ritmos tradicionais da Europa e das Américas que, fatalmente, sumiriam ou ficariam restritos a vilarejos. Da música cigana ao folk irlandês, passando por ritmos celtas e cumbias, o punk atualizou suas características e os fez interessantes e dotados de sentido para uma nova geração. Com mais dentes na boca e muito menos álcool na cabeça, o líder do Gogol pode repetir a empatia que Manu Chao teve com o Brasil. O Pogues não vem para o Tim (é um delírio, isso?), mas está em turnê pela Europa. Com uma hipotética volta do Mano Negra, daria para agilizar a uma turnê do tipo 'Anarquia no Terceiro Mundo' ou uma compilação com a cara da Island nos anos 80. O melhor é que o fator punk evita que tais fusões fiquem "bonitas" ou de "bom gosto" ou "inteligentes". Ele sempre diz mais sobre transpiração do que reflexão.

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