terça-feira, 7 de outubro de 2008

Panacea para os nossos males


Não me parece a melhor das decisões contracenar com a Demi Moore logo após sair de uma clínica para compulsivos sexuais. É isto que David Duchovny vai fazer nas filmagens de "The Joneses". Ficaria feliz se o personagem Hank Moody, do seriado "Californication", estivesse no comando da vida do ator, mas creio que sua internação tem mais a ver com a vontade de sua esposa do que daquilo que está no meio de suas pernas. Entre as celebridades é assim: deu vexame numa festa? Você tem problemas com álcool. Rehab. Traiu a patroa? Você é um compulsivo sexual. Rehab. Tratar (e deixar ser tratado) como doente quem pula a cerca é, em princípio, bem cômodo para ambas as partes. As mulheres podem argumentar que somente uma anomalia é capaz de fazer seu homem procurar outra. Mas vai questionar se um pouquinho daquela compulsão não poderia ser cultivada em uma estufa ao lado do bidê, para momentos adequados, em vez de ser "tratada". Os homens ganham o perdão da cônjuge, porém serão para sempre vistos como tarados pelas amigas dela - fora que é humilhante assumir aos pares que você deu um créu fora do matrimônio porque é um doente e não, simplesmente, porque é um homem. Isto me lembra um quadro da TV Pirata (não estou certo disso) em que um decorador colocava o marido como uma luminária de canto de sala, pois a presença masculina tornava impraticável o ambiente chique e de bom gosto desejado pela esposa. Os homens são todos iguais, inconvenientes, brutos, cafajestes. Alguns se tratam. Ficam diferentes. Como... luminárias.

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